Livre como as gaivotas no céu
Ligeiro como as águas das cachoeiras
Leve como as plumas ao vento
Sem pousos demorados, embora retorne aos mesmos lugares,
Sou movido a saudade
Não acolho por longas temporadas, porque minha casa é pequena e já aprendi a ser só
Não tenho perguntas, apenas respostas
Não questiono, apenas afago
O meu amor é grande, e quanto mais o reparto, mais eu tenho para compartilhar
Não quero, porém, que me ames.
Não terias, como tenho, a força indizível de partir
A silenciosa resistência ao adeus.
Minha caminhada é curta: pois tanto já andei.
Mas no infinito, vejo o mar se encontrando com o céu
Posso ficar só, nalguma ilha perdida, e nesses dias me acharei completo, porque me basta essa ilha
Em seguida – não posso precisar quando – içarei minhas velas e pode ser que nunca mais regresse, embora ali eu tenha sido feliz
Fica comigo e te darei o infinito, e nele cabem o Sol, a Lua e as estrelas.
Mas não me peças o que não possuo, porque me sentirei infeliz e seguirei o meu caminho
Em síntese vou, uma vez mais, me explicar-te
Deixa-te ser amada por mim, mas esforça-te por não me amar e não depender do meu estranho amor. Não vale a pena!
O oceano é imenso.
Não sou rio nem fonte nem regato, mas um tênue filete de água que para ele corre
Já é noite.
Olha o céu.
Abriga-te da tempestade que já dá sinais.
Nada, entretanto, é durável.
Amanhã o Sol invadirá tua janela e dissipará todas as trevas de ontem
E, ainda que se morra, a vida não termina.
Nunca!
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